terça-feira, 5 de abril de 2011

Thedy Correa

De certo, todos que viram minha reação hoje, viram nada mais que a reação mais "comum" de uma fã que encontra seu ídolo -e pela primeira vez.
Mas não fui apenas uma fã que encontra seu ídolo, sou uma garota que encontra em seu ídolo a valvula de escape para toda depressão.
Depois que o perdi, fiquei todo esse tempo sem sair de casa. No quarto, ou na sala, sempre ouvindo as mesmas musicas - Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, Sobre o Tempo, Amanhã ou Depois, Julho de 83.
Parecia que alimentava minha fossa, e que eu queria lembrar, queria sofrer (senão ouvia Lady Gaga). Mas juro que me consolava. E minha mãe observava isso de longe, as vezes chorava comigo, e procurava um jeito de me fazer sair de casa, me distrair, e foi quando ela soube do show. Me disse para ir, por mais que eu amasse o Nenhum, eu disse não. Que não me sentiria bem, nao me divertiria. Me lembraria de quando ele estava perto de mim. Me lembraria dele ouvindo "O Astronauta de Mármorie no celular enquanto nós estudávamos". Gostava de curtir minha fossa em casa, não sofro em público.
Me recusei bastante, mas acabei indo. Fazia tempo que não sentia nada além de um vazio existencial, não sei. Sabia que ia acabar me arrependendo de estar alí -estava completamente enganada. Quando os vi, me lembrei do quanto desejava os ver de pertinho um dia, e como isso tinha acabado perdendo seu valor. Eu tinha esquecido meus sonhos grandes e os mais bobos, tinha esquecido tudo com o trauma. Tava vazia. E naquele momento eu me enchi deles novamente. Nem chorei, nem gritei, só saí correndo pra mais perto do palco, empurrei todo mundo, fiquei na segunda fileira. Cantei todas as músicas, tava emocionada, mas ainda não tinha percebido o quanto. Não era só o show, eu estava matando a saudade de mim mesma.
Na última música eu não contive, e fui obrigada a chorar. Justamente pelo que já citei sobre O Astronauta de Mármorie.
Voltei a ter sonhos, tolos ou não, e hoje fiz um imenso sacrifício para ver meu sonho de perto. Saí da clínica correndo, literalmente correndo, peguei o trem, o metro, me perdi, me achei e cheguei. Quase discuti com um velhinho por causa de um ingresso, falei com o segurança, falei com outro e com outro, e com uma moça simpática, e vi o Thedy.
Eu o toquei, o abracei. Abracei meu sonho, novo e antigo. Foi a primeira vez que me senti feliz depois do que houve. Sempre tinha o seguido, mas ultimamente tinha me esquecido de música, engraçado, ouvia a voz dele todos os dias, mas não tinha mais a importancia que tinha antes. Mas hoje tem mais importância ainda, porque foi minha cura interior. Foi meu reencontrar comigo mesma. Sem querer, esse homem trouxe devolta a alegria de alguem. Em 10 minutos. Engraçado né?
Mas me comportei como uma fã normal.

Obrigada, Thedy.

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